As comportas do reservatório de Camalaú – abertas no dia 30 de agosto deste ano – permanecem abertas após a passagem dos dois meses previstos para recuperação do volume de água do Açude de Boqueirão, segundo informou o diretor do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) de Boqueirão, Evandro Pereira.
Com vazão de 4 mil litros de água por segundo, as comportas ficariam abertas por 60 dias, podendo esse prazo ser estendido. A previsão era de um repasse de pelo menos 20 milhões de metros cúbicos para Boqueirão nesse período.
Ainda conforme o diretor do Dnocs, a Agência Nacional da Águas (ANA) ainda não determinou que a vazão da válvula dispersora seja reduzida. Por isso, ainda também não há um novo prazo para fechamento das comportas ou uma prorrogação exata.
Atualmente, o açude de Camalaú está carregado com 20.529.076 de metros cúbicos de água, passando de 90% para cerca de 42,67% de sua capacidade total, de acordo com dados atualizados pela Agência Estadual de Gestão das Águas (Aesa).
Já o Epitácio Pessoa tem 144.812.285 metros cúbicos de sua capacidade, aproximadamente 31,04% de sua capacidade, também conforme a Aesa.
O açude Epitácio Pessoa iniciou o ano com pouco mais 50% de sua capacidade. Em junho do ano passado, quando estava com 70,9% do total da sua capacidade, teve as comportas abertas para ajudar a perenizar o Rio Paraíba e levar água para outros reservatórios, como o açude Acauã.
Sangrias e crise hídrica em Boqueirão
O açude de Boqueirão, há cerca de quatro anos, em abril de 2017, havia chegado a 3% do volume total, um dos índices mais baixos da história.
O manancial sangrou pela última vez em 2011 e já registrou, pelo menos, 18 sangrias. Elas foram notificadas nos anos de 1967, 1968, 1973, 1974, 1975, 1976, 1978, 198, 1984, 1985, 1986, 1989, 1999, 2004, 2005, 2006, 2008, 2009 e 2011.