Uma paixão hereditária. É assim que a atleta Andressa Morais, paraibana de 30 anos e uma das representantes do Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio, enxerga o lançamento de disco. É que sua mãe, Djanete Oliveira de Morais, também foi uma atleta das pistas e hoje é a maior incentivadora na carreira atlética da filha, que participa, na Terra do Sol Nascente, de sua terceira olimpíada.
Andressa, que soube superar muitas dificuldades no decorrer de sua carreira para se tornar um dos grandes nomes do Brasil na modalidade olímpica. Treinando de maneira precária em João Pessoa, sua cidade natal, a atleta teve o seu talento descoberto em 2006, pela Rede Atletismo de Bragança, em uma competição Norte-Nordeste realizada em Natal, capital do Rio Grande do Norte.
Antes de deixar sua terra para competir pelos quatro cantos do país, batendo recordes na categoria juvenil, tornando-se referência e, mais do que isso, esperança recorrente de medalha para o Brasil, a então jovem Andressa passou por várias outras modalidades até, de fato, se encontrar no esporte, como relata sua mãe, Djanete Morais.
— Eu comecei no arremesso de peso na década de 80, na Vila Olímpica, no antigo Dede (na Paraíba). Com 11 anos de idade, ela entrou nas disputas, mas ela experimentou vários esportes, desde a natação até o taekwondo. Depois ela passaria a atuar no atletismo, mesmo sem gostar, mas era meu desejo que ela praticasse o esporte e, com o tempo, ela começou a gostar e se interessar cada vez mais — afirmou.
Mesmo tendo rodado o mundo graças ao esporte, é na capital paraibana, junto a seus familiares e antigos apoiadores no esporte, que Andressa busca forças para a preparação de importantes competições, como, por exemplo, os Jogos Olímpicos de Tóquio.
— Para mim é de grande importância estar aqui. Faço questão de treinar aqui sempre e com certeza o incentivo e o apoio de familiares e antigos técnicos me incentiva muito e ajuda bastante no meu rendimento — pontuou Andressa, quando estava em João Pessoa, antes de embarcar para a capital do Japão.
No atletismo adulto, Andressa possui grandes marcas individuais das quais se orgulha de ostentar. A trajetória vitoriosa começou nos primeiros anos da última década, quando, em 2011, venceu o Campeonato Sul-Americano de Atletismo e, em 2012, o Ibero-Americano de Atletismo, batendo, inclusive, o recorde sul-americano do lançamento de disco, com a marca de 64,21m. Aos 21 anos, disputou os Jogos Olímpicos de Londres 2012, terminando a fase de qualificação no 16º lugar.
Após uma grave lesão na coluna, que a tirou de combate por um ano, voltou ao rumo das vitórias em 2015, conquistando a medalha de ouro no Sul-Americano e a medalha de prata nos Jogos Mundiais Militares, competindo também nos Jogos Pan-Americanos e no Mundial de Atletismo. Em 2016, nos Jogos Olímpicos do Rio, terminou a fase de qualificação da prova de lançamento de disco em 21º lugar, não conseguindo se classificar para a final olímpica.
Na próxima sexta-feira, às 21h30 (horário de Brasília), no Estádio Nacional do Japão, Andressa vai às pistas para buscar uma vaga na final da modalidade nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, e, como não poderia ser diferente, levando consigo a torcida de todo um estado que se sentirá mais uma vez representado do outro lado do mundo.
Redação + GE PB