O ano de 2021 foi muito importante no esporte mundial. As Olímpiadas e Paralímpiadas tomaram conta do noticiário durante boa parte do ano. Vários atletas paraibanos se destacaram na competição, que só aconteceu em 2021, em função do adiamento devido a eclosão da pandemia do Coronavírus em 2020.
Imagem: Divulgação
Mas, não foi só durante as Olímpiadas, que houve grande projeção nacional dos nossos conterrâneos. No ano de 2021, diversos atletas se destacaram com feitos cada vez mais relevantes em diferentes modalidades.
Na retrospectiva abaixo, confira as conquistas mais importantes dos atletas, que cada vez mais vêm dando orgulho ao nosso estado no cenário nacional e internacional.
Petrúcio Ferreira
Não poderíamos começar essa matéria, sem mencionar o maior atleta olímpico da história do nosso estado: o velocista Petrúcio Ferreira. Ele, que já tinha conquistado três medalhas na Rio 2016, confirmou o seu posto como maior nome paralímpico da atualidade com mais duas medalhas nas Paralímpiadas de Tóquio. O paraibano conquistou mais um ouro nos 100 m rasos, classe T47, mesma prova onde tinha conquistado o ouro em 2016 e foi bronze nos 400 m, também na classe T47, tudo isso no sacrifício, pois tinha descoberto uma lesão muscular grave na chegada a Tóquio.
Foto: Petrúcio Ferreira
Petrúcio teve uma das maiores honrarias que um atleta olímpico pode alcançar: ele foi um dos nossos porta- bandeiras na cerimônia de abertura, juntamente com Evelyn Oliveira da bocha. Após as Paralímpiadas, honrarias e participações em programas de TV só reafirmaram o grau de patamar e importância que o jovem de 25 anos, natural de São José do Brejo do Cruz, tem no cenário mundial do atletismo.
Matheus Cunha
O atacante pessoense de 22 anos, teve o melhor ano da sua vida, decisivo na classificação da seleção brasileira no Pré- Olímpico em Janeiro de 2020. Matheus Cunha teve que esperar um ano e seis meses para realizar o sonho de participar de uma Olímpiada. Após uma transferência bem sucedida para o Hertha Berlim, o atacante chegou a Tóquio cercado com uma certa desconfiança por não ter jogado profissionalmente no Brasil, antes de ir para a Europa e por ter a sombra de Pedro, atacante do Flamengo que foi cortado após não ter sido liberado pelo rubro-negro carioca.
Foto: Matheus Cunha
Após fazer um gol na primeira fase, o atacante foi decisivo na fase final da Olímpiada marcando o único gol contra o Egito nas Quartas de Final, e o primeiro gol na vitória contra a Espanha na final, onde o Brasil se consagrou bicampeão olímpico na prorrogação. As boas atuações renderam uma transferência milionária para um dos maiores clubes do mundo, o Atlético de Madrid, e convocações recorrente e nome bem cotado na lista de Tite para a disputa da Copa do Mundo de 2022 no Catar.
Silvana Fernandes
Natural de São Bento, no interior paraibano, Silvana nasceu com má-formação no braço direito. Aos 15 anos, começou a praticar atletismo no lançamento de dardo. Em 2018, enquanto competia no Norte-Nordeste do Circuito Brasil Loterias Caixa em Aracaju, foi convidada para conhecer o parataekwondo. No ano seguinte, migrou para a modalidade e já conseguiu faturar o ouro na categoria até 58kg nos Jogos Parapan-Americanos de Lima 2019.
Foto: Silvana Fernandes
O ano de 2021 foi histórico para o parataekwondo, já que a modalidade fez parte do programa das Paralímpiadas pela primeira vez, e Silvana conseguiu o feito histórico de ser a primeira mulher do parataekwondo a medalhar em uma Paralímpiada ao conquistar o Bronze, derrotando a atleta turca Gamze Gurdal na disputa pelo terceiro lugar. E para fechar o ano com chave de ouro, no dia 11 de Dezembro, Silvana se tornou Campeã Mundial vencendo na decisão a mesma, Gamze Gurdal, por 15 a 12.
Hulk
O experiente atacante, chegou em Janeiro ao Atlético- MG cercado por uma desconfiança que era corriqueira ligada ao seu nome desde a época da Copa de 2014, onde foi titular no famigerado 7 a 1 contra a Alemanha. Após 17 anos jogando fora do Brasil, com maior destaque em Porto, Zenit e Shangai SIPG da China, Hulk desistiu de melhores propostas ao redor do mundo para concretizar o sonho de conquistar algo no território nacional. Várias especulações o levavam ao Palmeiras, clube do coração, mas o projeto do clube mineiro foi mais atrativo e conseguiu seduzir o campinense a se juntar a nomes como Zaracho, Nacho Fernández e Diego Costa, comandados pelo técnico Cuca.
Foto: Hulk
Após um primeiro semestre de altos e baixos, com uma briga com o treinador que se tornou algo de domínio público, o atacante deu a volta por cima e conquistou uma tríplice coroa inédita na história do Atlético, Campeonato Mineiro, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro título que não era conquistado pelo clube mineiro desde 1971. Todos com Hulk como protagonista. 36 gols, 13 assistências, Bola de Ouro de Melhor Jogador pela ESPN, Melhor Jogador do Brasileirão pela CBF, e tantos outros prêmios que tornam o paraibano, o melhor jogador atuando no Brasil no momento, e provável nome na Copa do Mundo de 2022 no Catar.
Álvaro Filho
O ano foi cheio para o pessoense de 31 anos, Álvaro disputou sua primeira Olímpiada ao lado do Campeão Olímpico na Rio 2016, Alison Cerutti, bronze no circuito mundial e quarta melhor dupla no ranking, os dois eram expectativa de medalha, mas após uma boa primeira fase foram eliminados nas quartas de finais por uma dupla da Letônia, terminando os Jogos Olímpicos na quinta colocação.
Foto: Álvaro Filho
Após os Jogos, a dupla foi desfeita e Álvaro formou dupla com Evandro, que também disputou a Olímpiada com Bruno Schmidt. A nova dupla do paraibano vem rendendo bons frutos. Nas 4 primeiras etapas do circuito brasileiro de vôlei de praia, eles chegaram no pódio em todas, um título, dois vices e um terceiro lugar, se sagrando a melhor dupla do ano de 2021, caminhando a passos largos para o objetivo que é a Olímpiada de Paris em 2024.
Santos
Aderbar Melo dos Santos Neto, mais conhecido no meio do futebol como Santos, é mais um jogador paraibano que se destacou em 2021. O goleiro do Athletico Paranaense, que já vinha sendo chamado pelo técnico Tite para algumas convocações em jogos das eliminatórias, foi um dos três atletas acima dos 23 anos, selecionados para jogar as Olímpiadas de Tóquio. Santos foi titular em todos os jogos e um dos destaques da campanha que levou o Brasil ao ouro olímpico.
Foto: Santos
E no Athletico Paranaense, o ano do goleiro também foi marcante. O clube chegou em duas finais importantes, sendo vice da Copa do Brasil, perdendo na final para o Atlético de Hulk, e foi campeão da Copa Sul-Americana, a segunda competição mais importante do continente, ao vencer o Red Bull Bragantino por 1 a 0 em Montevidéu. Santos é muito cotado para ser o terceiro goleiro de Tite na Copa do Catar.
Cícero Valdiran
Cícero nasceu com uma má-formação congênita bilateral nos pés. Em 2011, foi abordado na rua por uma pessoa com deficiência, que o convidou para conhecer o paradesporto. O atleta iniciou na natação e migrou para o atletismo em 2013. As suas principais conquistas foram as medalhas de ouro no lançamento de dardo nos Jogos Parapan-Americanos de Lima 2019 e no Mundial no mesmo ano, onde tinha se tornado recordista mundial.
Foto: Cícero Valdiran
Todas essas credenciais, o transformaram em um dos favoritos ao ouro nos Jogos de Tóquio. Em uma prova inacreditável, com quatro quebras de recorde mundial, o paraibano saiu com a medalha de bronze ficando atrás do atleta do Azerbaijão Hamed Heidari e do iraniano Amanolah Papi.
Vitor Felipe
A dupla formada após as Olímpiadas, entre o paraibano Vitor Felipe e o paraense Renato, foram os grandes protagonistas do Circuito Brasileiro de vôlei de praia em 2021. Das cinco etapas realizadas, eles venceram três e só não foram campeões do Circuito Brasileiro, pois Renato teve que participar dos Jogos Pan-Americanos sub-23, que ajudava na pontuação do ranking mundial, principal objetivo da dupla.
Foto: Vitor Felipe
Ao final da temporada Vitor, que acabou de completar 30 anos, foi eleito o melhor ataque do Circuito Nacional, após jogar com nomes famosos como Álvaro Filho, Evandro e Pedro Solberg. O paraibano parece ter encontrado o parceiro ideal e está se credenciado cada vez mais na disputa por uma vaga para os Jogos de Paris 2024.
Arthur Cabral
O campinense Arthur Cabral, de 23 anos foi revelado pelo Ceará, onde passou por todas as categorias de base e estreou no time profissional em 2015. Em 2018, se tornou titular e o principal jogador da equipe. Em 2019, foi contratado pelo Palmeiras, mas teve poucas chances e disputou apenas cinco partidas. Foi emprestado ao Basel no mesmo ano. Acabou sendo comprado por 4,4 milhões de euros após se tornar titular do clube suíço.
Foto: Arthur Cabral
Atualmente, é o camisa 10 do Basel, um dos maiores clubes da Suíça e nessa temporada de 2021 é um dos artilheiros da Europa, com 27 gols em 30 jogos. Essa temporada “absurda”, já o coloca no radar dos principais clubes do mundo, se destacando Zenit, Newcastle e principalmente o Barcelona. Arthur é jovem, tem muito potencial e por ser de um clube menor, não tem uma multa muito elevada, atraindo ainda mais os times interessados nos seus gols.
Seleção de Futebol de 5
A Seleção Brasileira de futebol de 5 fez, mais uma vez, história nas Paralimpíadas. Ela conquistou a sua 5ª medalha de ouro consecutiva após bater a Argentina na decisão, e, de quebra, manteve o título de nunca ter perdido uma partida sequer na competição desde que o futebol entrou no cronograma paralímpico em 2004, em Atenas.
Foto: Seleção de Futebol de 5
Festa para o Brasil e festa ainda maior para a Paraíba, uma vez que quatro dos 10 atletas convocados para defender a seleção no Japão são nascidos em nosso estado. Os goleiros Luan Lacerda e Matheus Costa, o fixo Damião Robson, o ala Jardiel Vieira, além do técnico Fábio Vasconcelos, o ex-goleiro está no comando do time nacional desde 2013. Tão logo pendurou suas luvas com o ouro paralímpico em Londres, recebeu o convite para dirigir a seleção brasileira de futebol de 5, sendo ouro no Rio em 2016 e novamente em Tóquio 2021.
Seleção Brasileira de Goalball Masculino
O Brasil fez história ao faturar um ouro inédito no Goalball masculino. Esta foi a primeira medalha de ouro na história do goalball brasileiro. Nas Paralimpíadas do Rio de Janeiro em 2016, a equipe ficou com o bronze, enquanto em Londres 2012, o Brasil ficou com a prata. Em Tóquio foram seis vitórias e um empate de uma equipe que possui dois títulos mundiais no currículo e que agora confirmou o status como a melhor seleção do mundo.
Foto: Seleção Brasileira de Goalball Masculino
No elenco brasileiro, os paraibanos José Roberto e Emerson Silva cravaram os seus nomes na eternidade.
Fonte: Vitor Azevêdo