As Paralimpíadas de Tóquio começam nesta terça-feira. Ao todo, serão 13 paraibanos representando o Brasil do outro lado do mundo. E o ge Paraíba decidiu apresentar esses paratletas, começando pelos quatro competidores do atletismo. Confira:
PARRÉ
Nascido em Campina Grande, Ariosvaldo Fernandes — o Parré, como é conhecido — representa o Brasil no atletismo, na classe T53. Com um ano e seis meses de vida, teve paralisia infantil e perdeu o movimento das pernas.
Foi no início dos anos 90 que Parré conheceu o paradesporto, começando pelo basquete em cadeira de rodas, modalidade que praticou até 2002, quando migrou para o atletismo. O paraibano já esteve em quatro edições dos Jogos Parapan-Americanos: Rio 2007, Guadalajara 2011, Toronto 2015 e Lima 2019.
No currículo, são 12 medalhas, sendo seis de ouro, cinco de prata e uma de bronze, esta última no Mundial de Lion, em 2011.
— Eu tenho uma chance muito grande de chegar às finais e brigar por uma medalha. Então eu quero que todos fiquem na torcida para a gente conseguir chegar à final e representar o país, nossa categoria, em busca dessa medalha.
CÍCERO VALDIRAN
No lançamento de dardo, na classe F57, o representante da Paraíba e do Brasil é Cícero Nobre Valdiran. Em 2011, ele foi convidado para conhecer o paradesporto, iniciando pela natação. Chegou a jogar basquete em cadeira de rodas, mas logo migrou para o atletismo, em 2013. Ele nasceu com uma má-formação congênita bilateral nos pés.
Em 2015, após dois anos na classe F43, onde os lançamentos são feitos em pé, Cícero foi para a classe F57, passando a lançar o dardo sentado em uma plataforma. Isso lhe deu a oportunidade de disputar as Paralimpíadas do Rio, em 2016, conquistando o quarto lugar.
Uma das suas principais conquistas foi uma medalha de ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Lima, no Peru, em 2019. E agora ele tentará o ouro do outro lado do mundo, no Japão.
— A expectativa é de que a gente vai chegar nestes Jogos e, se Deus quiser, vai fazer um excelente resultado. Desde já, conto com a torcida de todos.
JOEFERSON MARINHO
Joeferson Marinho vai disputar os 100m rasos na classe T12. O paraibano nasceu com albinismo e aos três anos foi diagnosticado com baixa visão. Começou no atletismo como uma brincadeira, aos nove anos, mas só passou a competir para valer nas Paralímpiadas Escolares, em 2013.
Com bons resultados, o garoto de João Pessoa passou a se dedicar mais ao esporte e foi apresentado a Pedrinho Almeida, técnico do também paraibano Petrúcio Ferreira, com quem passou a treinar em 2016. Tóquio 2020 será a primeira edição de Paralimpíadas na carreira de Joeferson.
PETRÚCIO FERREIRA
Petrúcio é sem dúvidas o mais famoso entre os paraibanos do atletismo paralímpico. Aos dois anos, sofreu um acidente com uma máquina de moer capim e perdeu parte do braço esquerdo. O paraibano gostava de jogar futsal e sempre foi muito rápido. A velocidade chamou a atenção do ex-jogador paraibano Ricardo Ambrósio. Depois disso, ele passou a treinar com Pedrinho Almeida na pista da UFPB.
Atleta da classe T47, Petrúcio foi ouro nos 100m e nos 400m e prata no revezamento 4x100m nos Jogos Parapan-Americanos de Lima, em 2019. Além disso, foi ouro nos 100m e nos 400m no Mundial de Atletismo, em Dubai.
Na semifinal dos 100m, bateu o recorde da prova e se tornou o atleta paralímpico mais rápido do mundo, com o tempo de 10s42. Tóquio será a sua segunda edição de Paralimpíadas. Na Rio 2016, ele conquistou uma medalha de ouro nos 100m e duas de prata, nos 400m e no revezamento.
— Estou ansioso para representar o meu Nordeste, a minha Paraíba. Quero contar com a torcida de todos vocês. Estou preparado para dar o meu melhor.
Raniery Soares / GE Paraíba