Um site operado por cibercriminosos realiza a venda ilegal de dados de milhões de brasileiros vazados de diversas plataformas de serviços públicos por uma mensalidade de R$ 200.
As informações foram retiradas de plataformas como Receita Federal, CadSUS, INSS e outras instituições, como a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), o Sistema Nacional de Armas (Sinarm) da Polícia Federal, e da empresa privada Boa Vista.
O portal de venda de dados brasileiros oferece informações na “surface” — em endereços facilmente localizáveis com uma pesquisa no Google, e contatam seus clientes via Facebook. Organizadas por sessões nomeadas como “painéis”, os dados vazados estão disponíveis após um login e senha pagos, e disponibilizam nome completo, CPF, RG, endereço das pessoas e de familiares, renda estimada, foto e assinatura dos modelos mais recentes da Carteira Nacional de Habilitação.
Na prática, tanto a comercialização quanto a compra destes dados podem corresponder a crimes, infringindo os artigos 153 e 154 do Código Penal — responsáveis pela divulgação de informação particular e de segredo profissional.
Vendedores puxam dados vazados de logins indevidos
Segundo a Folha de S. Paulo, os vendedores puxam os dados vazados a partir de logins dos funcionários destas instituições, e mantém a base com informações dos brasileiros atualizada em prazos que vão de alguns dias a até um mês. Estes acessos são vendidos indevidamente aos cibercriminosos, o que também corresponde crime.
Os painéis permitem o cruzamento de dados, o que, através de uma única informação, faz com que a plataforma potencialize uma ampla gama de crimes, que vão de perfilamento para o planejamento de assaltos até golpes virtuais. Dados empresariais, como CNPJ, por exemplo, concedem uma listagem de elementos sensíveis de todo o quadro de funcionários.
A mesma busca pode facilitar ações criminosas contra policiais e desvio de armas para o tráfico, já que o mapeamento também concede dados das armas de fogo, bem como endereços de seus proprietários. Estes dados sensíveis à venda, cruzados com outras exposições de brasileiros influentes e ricos na internet, também podem levar a aplicações de crimes de chantagem.